quinta-feira, 19 de agosto de 2010


De tudo um pouco e praticamente nada sobre nada...


        Foucault dizia que deve ser dado ao "indivíduo a tarefa e o direito de realizar sua loucura". Interessante, ainda mais vindo de um livro publicado em 1979 (Microfísica do Poder). E se a idéia fosse levada em conta e todas as pessoas fossem obrigadas a exercer suas loucuras particulares - porque, claro, todos temos algumas várias, mesmo que muito escondidas.

        Se hoje em dia, as neuroses e manias já não são bem vistas, pensa antigamente. Fui dar uma olhada em algumas coisas (a boa e velha curiosidade que move meu mundo) e me surpreendi com alguns tratamentos usados na "cura". Por exemplo, vocês sabiam que, no século 5 a.C, eram feitos buracos no couro cabeludo do paciente para que - tentem não rir, a ignorância nem sempre é uma benção - os demônios (que obviamente são os que provocavam os transtornos) pudessem abandonar seu corpo??

        Tudo bem... Aí você espera que com o passar do tempo, as pessoas deixem de ter essas idéias mirabolantes. Mas, não! Aí surge um tal de Thomas Willis, um dos primeiros a escrever sobre loucura, dizendo que "disciplina, ameaças, algemas e bofetadas são tão necessárias quanto tratamento médico". O gênio aí acredita que os loucos eram como animais e, claro, porque não, deveriam aprender a ter medo e respeito (?!?!).

        Sempre vi nos filmes (um deles recente, O Lobisomem, com o genial Anthony Hopkins. Aliás, só ele para salvar um desses) pessoas sendo afogadas na tentativa de encontrar a cura. Os médicos acreditavam que, tendo as funções vitais suspensas, o cidadão teria a possibilidade de voltar a vida com maneiras "mais ajustadas de pensar". Então, o que eles faziam? Afogavam, esperavam ela retomar a consciência e afogavam de novo... Sucessivas vezes! Tudo isso porque a pessoa ouvia vozes? Achava que podia voar?

        Mania é uma coisa engraçada. Todos temos um "q" de Jack Nicholson em Melhor Impossível. Recomendo totalmente. Ele é um ator maravilhoso - falem o que quiserem, para mim, ele é o melhor coringa - e o filme mostra bem isso. Olhem só o começo. Apaga e acende a luz cinco vezes, lava a mão com dois sabonetes... Muito bom!

        Eu tenho minhas manias, quem me conhece sabe. Não entro em um lugar por uma porta e saio por outra, por exemplo. Não que eu vá me descabelar caso isso aconteça, mas evito! Não sei porque, deve ser dessas coisas que nasce com a gente, tipo cor do cabelo, altura, sei lá! Quando estou lendo um livro, paro sempre na página da direita, na segunda frase. Não sei se classifico como mania, mas, pelo menos, quando retomo a leitura, sempre sei exatamente onde estava.

        Já falei sobre ver os filmes 500 vezes? As cenas, então, nem se fala! Perdi a conta de quantas vezes já vi a cena da dança em Perfume de Mulher (se um dia eu casar, vou dançar esse tango no salão) ou as conversas entre o Campbell e o Bertier em Duelo de Titãs. "Left side, strong side"!! Poxa! Adoro filmes de times fracos que ficam fortes, de superação, qualquer coisa que envolva esportes. Se eu não caísse de amores por todos os gêneros, diria que esse é meu preferido. Mas, é mentira! Adoro os de máfia, os B, os de terror (Freddy Krueger, para mim, é uma idéia de vilão simplesmente genial! Não tem jeito, você não foge dele, ele aparece nos sonhos! E, uma hora, você vai dormir! Qualquer dia desses ainda faço minha lista top de vilões por aqui), os água com acúçar, os desenhos... Todos!

        Acho, também, que uma linha bem, bem tênue, separa as manias das superstições (palavra esquisita escrita, né?). Não passar embaixo de escada, não pegar sal da mão dos outros... Para mim, está tudo no mesmo pacote de insanidade nem sempre saudável, convenhamos. A definição perfeita é: "não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem".

        Falei demais já, não? Não sei nem mais onde estava. Fico por aqui, com algumas observações que queria fazer, mas não tentei encaixar no texto, ou porque não cabiam, ou porque me ocorreram agora. São elas:

1. Já me recuperei da eliminação da Libertadores. Só não me conformo em ter perdido para um time cujo o mascote é um SA-CI! (leia saci com indignação, as vezes, praticamente sempre, sou péssima perdedora)

2. Terça feira tive uma das conversas mais interessantes com um amigo querido. Conclusão: O que realmente importa está muito abaixo da superfície. Sim, as pessoas surpreendem, uma, duas... 50 vezes.

3. Resultado, ainda da conversa, foi a seguinte reflexão: E qual é o problema de ser vítima de vez em quando?

4. Existem, SIM, barras de cereal boas, gostosas mesmo! Recomendo a que achei recentemente, Corpo & Sabor.

5. E, confissão do dia: Acredito em ETs e acho que já vi um disco voador quando era criança.

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