quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


Eis o mistério da fé...

"O esquimó perguntou ao missionário:
' Vou para o céu ou para o inferno?'
O missionário disse:
'Para o céu'
'Eu iria para o inferno se não soubesse nada sobre isso?', perguntou o esquimó.
'Não', respondeu o missionário.
O esquimó disse:
'Por que, então, me contou sobre o inferno?'
Pense nisso"
do livro Explicando Deus numa corrida de Táxi

       
        Não costumo comprar coisas pela internet, mas a necessidade incontrolável de me render às maravilhas do pen drive somada ao combo trabalho/faculdade/treino me deixaram de joelhos. "Já que vou comprar isso, porque não aquilo?", ahhhh o consumidor... Acabei por pedir um livro do Paul Arden - Explicando Deus numa corrida de Táxi.

        As encomendas chegaram ontem e, hoje de manhã, resolvi dar uma chance para o autor. O livro não chega à 130 páginas, é pequeno, breve, bom papel e muitas ilustrações; estilo aqueles da coleção "Um Dia Daqueles", sabem? Ainda não terminei, mas li o trecho que está lá em cima e fiquei pensando...

        Somos, desde sempre, compulsivamente maniqueístas, ou seja, atrelados è essa dualidade doentia entre BEM e MAL, o Deus ou o Diabo. Quando você é criança, se estuda, é boa menina, se prefere ver TV, é má. Ok. E o meio termo onde foi parar? Todo mundo é bom e ruim, ora um, ora outro, mas sempre os dois. Mas, não era sobre isso que eu queria falar... Déficit de atenção.

        Ainda sobre a mania de dualidade, se existe, de fato, um único Deus e um só Diabo, e, se eu não acredito em inferno... Para onde vou se for ruim? (Acho importante acreditar que o clichê vida-após-a-morte é verdade, senão, de certa forma, tudo perde a razão de ser) Se o esquimó não acredita no inferno, porque ter consciência da possibilidade de sua existência?

        Sabem? Eu acredito em Deus, mas não em paraíso, e sou dada às idéias de reencarnação. Me considero católica, mas não 100% já que a Igreja nega a possibilidade de outras vidas.

*Parentêses: Se uma criança nasce sem os braços, deve ter um porquê, na verdade, eu ESPERO que tenha, senão, o que o Constantine diz (o filme do Keanu Reeves, muito bom aliás) é verdade: Deus é uma criança com um aquário de formigas.

        Não acredito em inferno (mas que bruxas existem, elas existem?), acho, na verdade, que ele é aqui. Temos pais molestando filhos, adolescentes seqüestradores e assassinos, pessoas que tiram o escalpo de cachorros, crianças passando fome... O que mais falta de ruim para se configurar o inferno? Se ele existe, de fato, melhor nem pensar, então.

        Destino é outra coisa engraçada, há quem acredite, há que negue com veemência. Eu tenho uma analogia própria - acho que própria - de vida e destino: Tudo é um jogo de xadrez. O objetivo é o cheque-mate, mas, para chegar lá, você tem 'n' opções e, cada uma delas te leva a 'n+1' de outras possibilidades. De, certa forma, um destino já está traçado, o que muda é a maneira de fazer o check-point.

        E aí dizem: "Mas então não temos o controle" e blá blá blá whiskas sachê. Temos, claro, você pode viver a vida de um jeito ou de outro completamente diferente, só que ambos os caminhos te levam para o mesmo lugar.

        Ah, cada um tem suas convicções... Não sou eu quem vai mudar a de ninguém e muito menos o "vice-versa". (Sou cabeça dura nata, meu bem) Mas sou contra isso de que religião, política e futebol não se discute. Poxa, por que não? Nada como debater idéias! Assumo que as vezes quase sempre me descontrolo se sou muito contrariada, mas, de fato, um descontrole saudável.

        Se falar já é difícil, pensa escrever sobre... É que eu queria colocar esse trecho, não achei que a dissertação ficaria longa. Mas, se até uma conversa sobre aquários pode se alongar pelo dia todo, quiça isso de religião...


obs: impressionante como eu gosto de reticências! e, não! não me renderei a nova ortografia! trema é o xadrez frisson da língua portuguesa!

Um comentário:

  1. Muito legal o post.

    vou comprar o livro tb.

    parabéns.

    e sempre pode ficar pior, já que o mundo é governado por uma bando de doidos.

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